O projeto estuda as parcerias público-privadas em educação (PPPEs) como política educacional, a partir da análise dos fundamentos teóricos, políticos e pedagógicos na contemporaneidade. Compreende-se que a crise capitalista, cujo ápice se manifesta desde 2008 no epicentro dos países desenvolvidos foi crucial para que as mudanças no papel do estado e, consequentemente, nas políticas educacionais, encontrassem formas distintas de atuação, consolidando as PPPEs como um modo hegemônico, sobretudo na educação básica. Assim, o projeto visa investigar os fundamentos teóricos, políticos e pedagógicos das parcerias público-privadas em educação enquanto um modo de materializar as políticas educacionais no Brasil. Considerando os estudos de Peroni (2005; 2015; 2018), Martins (2016), Robertson (2012), entende-se que as PPPEs concentram um potencial para estabelecimento de consensos em torno da agenda privatista, o que é incompatível com sentido atribuído à dinâmica dos direitos sociais. A partir disso, a pesquisa vale-se de dois processos metodológicos distintos e articulados. Os estudos bibliográficos, a fim de analisar as mudanças do papel de atuação estatal junto a educação, bem como um mais amplo entendimento sobre a formação social brasileira e o caráter particular das políticas educacionais aqui construídas. Por outro lado, utilizando a etnografia de redes (BALL, 2014), busca-se mapear, através da presença nas redes e mídias sociais, a inserção privada junto a educação pública no municípios da região sul do Rio Grande do Sul (prioritariamente), principalmente aqueles próximos a região de Rio Grande-RS. Com base em pesquisas já desenvolvidas, cujas análises se encontram em fase de conclusão, é possível dizer que as PPPEs, principalmente após 2016, tem sido a forma encontrada para que os governos justifiquem a garantia do direito à educação, mantendo um traço importantes da trajetória da educação brasileira, isto é, uma relação promíscua entre interesses públicos e privados.